A outra mulher que habita em mim não se faz de sonsa nem de
rogada. Não é santa nem safada. Ela tem
atitude. Ela é corajosa. É audaciosa, destemida e sabe o que quer.
A outra mulher que habita em mim tem sonhos grandiosos e
luta por eles. Dá o sangue, rasga a carne, não larga o osso.
A outra mulher que habita em mim não tem cabelos loiros ou pele morena, sequer olhos azuis, à força veste manequim 40 e mas o
bundão insiste em ser 44. Não é
um mulherão mas pensa que é. Ela sabe e
gosta disso. E para quem pensa o
contrário, não está nem aí.
A outra mulher que habita em mim está certa de que se não for à guerra não terá os louros da
vitória. E ela empunha a espada como ninguém e não baixa a guarda porque recuar
não faz parte dos seus planos. Recuar nem para tomar impulso.
A outra mulher que habita em mim quer viver grandes sonhos e
grandes amores e sabe que para isso terá que tirar as vestes de mulher nanificada
e se lançar num mundo de não faz de
conta. A realidade é dura.
A outra mulher que habita não que ter cicatrizes e nem
feridas mas espera que se tiver que tê-las tenha alguém por perto para ajudar
amenizar a dor.
A outra mulher que habita em mim é contraditória e possessiva
e sem saber como nem porque, acorda no meio da noite e faz valer os seus
direitos de eleita, interrogando sem dó o
indigitado, querendo saber porque ele só não fala com ela, achando tudo muito
estranho. Sem esperar a resposta a outra
mulher que habita em mim volta a dormir o sono dos justos e pode no dia
seguinte, rir com gosto do ocorrido, porque não era ela, mas era eu quem estava
nela.
A outra mulher que habita em mim resolveu falar não para
pessoas às quais sempre falou sim e falou sim para pessoas que sempre ouviram de si um não.
A outra mulher que habita em mim é revolucionária e está tocando a vida conforme seus desejos e
dançando conforme a música.
A outra mulher que vive em mim não trabalha porque não quer.
Não tem servos nem senhores, não dita regras e não quer acatar nenhuma.
A outra mulher que habita em mim é mulher de fases, de
vontades e de desejos. Ora quer ora não
quer, ora sonha ora ri, ora senta e chora.
A outra mulher que habita em mim não mendiga atenção, favores, amizades e amores.
A outra mulher que habita em mim encontrou o espaço vazio e
se instalou. Encontrou abrigo e se
adonou.
Acho que nunca mais vou deixá-la partir... Já gosto dessa
mulher.
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