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terça-feira, 24 de julho de 2012

COMO AGIR SE FOR VÍTIMA DE ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO






 

Vivemos um tempo em que ninguém quer ser patrulhado pelos "politicamente corretos", muito menos perder a piada quando aparece a ocasião. No entanto, no ambiente profissional, onde existem relações de hierarquia, é preciso estabelecer alguns limites. Não permitir uma situação de assédio é importante profissionalmente, além de evitar um grande desgaste psicológico.

Carolina* (*nome fictício) trabalhou durante dois anos e meio em uma empresa em que humilhações públicas eram comuns no dia a dia da empresa. "Faziam exposições públicas sobre o meu peso, comentando se eu engordei, sobre a minha roupa, perguntando por que eu repetia a calça mais de uma vez na semana".
 
 
 
O medo de perder o emprego pode fazer com que profissionais qualificados se submetam a situações de assédio moral sem que percebam que estão passando por elas.
 
"Por conta das minhas inseguranças e do medo de perder o emprego, eu "aguentava" a situação.
 
É um ciclo vicioso: aos poucos a sua autoestima vai ao chão e você não consegue procurar outra possibilidade de emprego, pois mediante tantas críticas você não se vê mais capaz de conseguir algo melhor. Você perde o referencial", conta Carolina*.
A advogada especialista em Direito do Trabalho, Debora Fernanda Faria, do escritório Cerveira Advogados Associados, conta que já atendeu diversos pedidos de processos por assedio moral. "Os pedidos aconteceram principalmente no ramo do comércio. Já recebi relatos de empregados que são impedidos de utilizar o banheiro da empresa, ou têm seu uso limitado. Outro caso comum: o empregado que é chamado de incompetente, incapaz na frente dos colegas de trabalho".
 
Carolina* conta que já presenciou situações semelhantes às descritas por Débora.
 
"Era muito comum as pessoas serem criticadas em público. Gritos no corredor, expressões de baixo calão e comentários que afetam a sua moral como: "até um retardado faz isso", "isso é coisa de gente burra", conta.
 
Nesses casos, aconselha Débora, deve-se procurar um advogado trabalhista para entrar com uma ação na Justiça do Trabalho requerendo a rescisão indireta do contrato de trabalho por culpa exclusiva do empregador. Dessa forma, explica a advogada, "ele receberá as verbas rescisórias como se tivesse sido dispensado sem justa causa".
 
Sobre o medo de perder o emprego, Carolina*, que sentiu na pele o que é sofrer assedio moral e viu colegas passando pelo mesmo, alerta: "é uma ilusão. Se um funcionário é realmente ruim e atrapalha o crescimento da empresa ele é mandado embora. Essas humilhações, ao meu ver, são convenientes, pois mantém você sem se sentir até no direito de solicitar férias e o aumento anual, por exemplo".
 
 

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