A minha paciência é limitada e o meu interesse precisa de ser acalentado. Quero tudo. Agora. E já.
Não era paciente. Nunca soube esperar. Sempre corri pelos dias sem dar muito tempo para a vida decidir por mim.
Sempre fui de decisões rápidas e, nem sempre, refletidas. Sempre fugi ao primeiro sinal de impaciência. Ou dependência.
Depois a vida mostrou-me que não é preciso correr. Que se pode esperar. Que o que vem depressa, se esvai num ápice de um instante. Que o que se constrói lentamente, tem bases para perdurar. Que se aprende. Que se conhece. Que se recebe e se dá. Que se saboreiam melhor momentos. Que atrás de momentos se criam histórias. Que as histórias podem fazer-nos sorrir. Que um sorriso sincero nos dá estabilidade e que um abraço na hora certa nos recoloca a alma no lugar.
Hoje, gosto de pensar que se ainda não veio é porque algo melhor me aguarda. Que o tempo lá de cima - pare ele onde parar - não é igual ao tempo do meu relógio. Que não fico apenas recostada à espera que passe, mas não preciso de perder o fôlego a correr atrás.
Que tudo aparece no tempo certo quando não nos esquecemos de deixar o errado partir.
- Rita Leston -